O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em uma investigação que apura desvios de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Segundo a PF, ele é suspeito de cometer crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A investigação foi encaminhada ao gabinete do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve remetê-la à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação sobre uma possível denúncia ou novas diligências.
Em novembro de 2023, a PF já havia acusado Juscelino Filho de ter uma “relação criminosa” com o dono de uma empreiteira investigada por desvios em contratos da Codevasf. O relatório da investigação chegou ao STF, e a PGR deve se manifestar sobre o caso.
Juscelino Filho, em sua defesa, comparou seu indiciamento aos métodos da Operação Lava Jato, afirmando que causou “danos irreparáveis a pessoas inocentes”. Ele ressaltou que o indiciamento não implica em culpa e que confia na imparcialidade do Poder Judiciário.
A Operação Benesse, fase ostensiva da investigação aberta em setembro de 2023, mirou também a irmã de Juscelino, Luanna Rezende, prefeita afastada de Vitorino Freire (MA). Em janeiro do ano passado, foi revelado que Juscelino direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para a prefeitura de Vitorino Freire, onde foram asfaltadas estradas próximas à sua fazenda.
A Codevasf, controlada pelo Centrão, distribuiu verbas do orçamento secreto, com pelo menos quatro empresas ligadas a amigos e familiares de Juscelino ganhando mais de R$ 36 milhões em contratos com a prefeitura de Vitorino Freire. Uma auditoria interna da Codevasf em maio concluiu que houve irregularidades nas obras realizadas com recursos indicados por Juscelino Filho.
Juscelino afirma que a investigação “devassou sua vida e de seus familiares sem encontrar nada” e que os fatos investigados são antigos e não são de sua responsabilidade enquanto parlamentar. Ele também criticou a condução do seu depoimento pela PF, afirmando que não teve oportunidade de se defender adequadamente.
O ministro finalizou dizendo que espera que sua inocência seja comprovada ao final do processo, e que o direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados.
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